A Onda: 21 de agosto nos cinemas!















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Arte:

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Mais depoimentos - Estreia nos cinemas

Nessa sexta-feira 21, dia de estreia de "A Onda", saimos pelos cinemas do Rio conversando sobre a expectativa de lançamento e debatendo os pontos-chaves do filme: Seria possível hoje um novo regime fascista? O que leva a formação desse tipo de regime? Quais os motivos que podemos destacar? Qual é a participação dos jovens na política hoje e como/por que se organizam em grupos?

Confira os depoimentos sobre os assuntos e envie a sua opinião!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Em quais cinemas vc encontra "A Onda"

São Paulo
UNIBANCO ARTEPLEX – Sala 5 – Seções: 14h - 16h10 - 19h30 - 21h40
ESPAÇO UNIBANCO POMPÉIA - Sala 8 – Seções 14h20 - 16h40 - 19h - 21h20
CINE UOL LUMIERE – Sala 1 – Seções: 15h05 - 17h10 - 19h15 - 21h20
HSBC BELAS ARTES – Sala 1- Seções: 15h05 - 17h10 - 19h15 - 21h20

Rio de Janeiro
ESPAÇO DE CINEMA – Sala 1 – Seções: 13h30 - 15h30 - 17h30 - 19h30 - 21h30
ESTAÇÃO IPANEMA – Sala 2 – Seções: 14h15 - 16h30 - 18h45 - 21h
ESTAÇÃO BARRA POINT- Sala 2 – Seções: 15h50 - 21h20

Curitiba
UNIBANCO ARTEPLEX – Sala 1 –Seções: 13h30 - 15h40 - 20h - 22h
CINEPLEX BATEL – Sala 4 – Seções: 14h15 - 16h15 - 18h20 - 20h30

Juiz de Fora
ESPAÇO ALAMEDA – Sala 2 - Seções: 15h - 17h - 19h - 21h20

Brasília
CINE ACADEMIA – Sala 10 – Seções: 19h20 - 21h20

João Pessoa
BOX MANAÍRA – Sala 3 – Seções: 14h20 (exceto 3ª e 5ª) - 16h45 - 19h - 21h25

São Luiz
BOX SÃO LUIZ- Sala 3 – Seções: 14h25 (exceto 3ª e 5ª) - 16h45 - 19h10 - 21h25

Diretor examina a sedução pelo Nazismo

Leia a crítica de Sergio Rizzo, publicada hoje na Folha de São Paulo.

A Onda - de boas intenções

Resenha de José Messias, aluno do curso de Jornalismo da Uerj e colaborador do site Cinetotal.

Era uma vez um homem chamado Adolf e ele só queria fortalecer seu país, completamente desestruturado após a Primeira Grande Guerra. Como todos sabem, dentre os métodos utilizados por ele estava incitar o ódio racial e o confronto direto com outras nações, consideradas inferiores, o que culminou na Segunda Guerra Mundial. Na história da humanidade existem centenas de acontecimentos trágicos como esse, muitas vezes insuflados por líderes bem-intencionados. Em “A Onda” (Die Welle), um exercício escolar à primeira vista inocente transforma alunos de uma escola alemã em fascistas em potencial.

O filme é baseado numa história real que na verdade aconteceu nos Estados Unidos. Em 1967, o professor Ron Jones propôs uma experiência a sua turma, eles tentariam simular como era viver sob a disciplina extrema de um regime autocrático (ditadura cujo poder está centrado num indivíduo ou pequeno grupo). O grupo foi chamado de “A Terceira Onda” – uma referência ao Terceiro Reich alemão – e rapidamente se espalhou por toda escola levando a atos de violência e vandalismo.

Quatorze anos depois, em 1981, o norte-americano Todd Strasser escreveu o livro “A Onda”, sob o pseudônimo Morton Rhue – curiosamente derivado das palavras morte e rua em francês (mort e rue). Antes mesmo de virar longa na Alemanha, o livro gerou um especial de tevê norte-americano que inclusive chegou a ganhar um prêmio Emmy. A obra é um Best-seller mundial e leitura obrigatória nas escolas germânicas, daí a necessidade de atualizá-la nesta nova produção.

Leia Mais

Depoimentos de universitários durante intervenção na UniRio

Nesta terça-feira, 18, a Onda passou pela UniRio. Confira a opinião dos univeritários sobre as atuais condições políticas do Brasil e o contexto em que pode se inserir um regime fascista.

resumo dos posts - o que vc encontra no blog da Onda

Análise da historiadora Graça Salgado sobre o filme

A onda está nas ruas
Fotos

Como confeccionar placas de protesto
Que mensagem você gostaria de passar? As placas de protesto são uma boa opção! Aprenda como se manifestar sem gastar quase nada.

Intervenção da Onda na UniRio
Acompanhe como foi a passagem do Movimento a Onda pela universidade

Pré-Estreia A Onda no IBEMC
Realizada na tarde dessa quarta. Amanhã tem pré na Unirio às 16h

Quem é você em a onda?
Visite a comunidade do Facebook e participe do quiz.

Intervenção da Onda na sexta, dia 14.
Veja as fotos da Onda nas ruas e assista aos depoimentos sobre a possibilidade (ou não) de um regime fascista hoje no Brasil.

Pré-estréias
Confira as datas e locais das prés com debate

A Onda vence o 13° Festival de Cinema Judaico de São Paulo

Siga A Onda -Stencil
Passo a passo para a confecção do stencil

A onda está nas ruas
















Análises da historiadora Graça Salgado* sobre “A Onda”

O filme é uma importante metáfora sobre o perigo da emergência dos irracionalismos no mundo contemporâneo: fundamentalismos de todas as espécies e formas e a incapacidade de convivência com a diferença (racismos, homofobia, jovens de classe média que matam índios por puro divertimento, entre outros). O filme desmascara muito corretamente o poder de movimentos doutrinários, sejam eles políticos ou religiosos e se aplica a várias experiências totalitárias.

A experiência pedagógica, que fugiu do controle do professor, também é muito instigante pois ela alerta para a possibilidade de que o surgimento de ditaduras são sempre possíveis em qualquer sociedade e para isso é só olhar experiências recentes na França(Le Pen), organizações islamo-fascistas, Áustria, os skinheads atuando em vários países, inclusive em São Paulo, e nos EUA parece que existem mais de 400 organizações de extrema direita atuando em diversos setores, inclusive em órgãos governamentais.

Portanto nenhuma sociedade está livre de uma experiência desse tipo. A saída: reforçar a cultura democrática, valorizar a política como um espaço republicano de construção da liberdade, sobretudo nesse momento de crise mundial das democracias representativas. Todos reclamam que os políticos são péssimos, corruptos e que a política não é mais importante. Ledo engano. Os maus políticos estão lá porque alguém votou neles, portanto incentivar uma cultura democrática é a única saída para que a sociedade saia desse torpor e do individualismo que não leva a nenhum lugar. Só através da política se constrói e se fortalece as instituições democráticas. Não há outro meio.

E com todos os defeitos que a DEMOCRACIA possa ter não conheço ainda nada melhor que a possa substituir.

"O que faz um povo renegar a sua própria história?". Essa questão é absolutamente fundamental para um professor de História em sua experiência de sal de aula. Se não contribuirmos para a construção de memórias, certamente a sociedade construirá o esquecimento. É mais fácil esquecer. E aí é onde mora o perigo das repetições de episódios como as ditaduras militares dos anos 60 e 70 na América Latina, o nazi-fascismo e outros episódios de tristíssima lembrança.

Eu vivi a minha juventude inteira sob uma feroz e cruel ditadura militar e tenho essa experiência como a mais traumática da minha vida.

Cabe ao professor reforçar a ética da tolerância, o respeito à diversidade e mostrar que a democracia, com todos os seus problemas, ainda é a melhor opção para a vida dos seres humanos. Além disto, ele mesmo buscar a prática do respeito e do espírito democrático e pluralista em relação aos seus alunos.

O que o filme passa muito bem é a idéia da ausência de "uma causa", que é uma experiência muito comum entre os jovens contemporâneos. Eles mesmos falam claramente sobre isto: "Contra o quê a gente vai se revoltar?" E em outro momento, se referindo ao movimento: " Ele deu significado à minha vida".

Nesse sentido, é uma geração oposta à geração dos anos 60. Mesmo aqueles que não tinham aparentemente causa, lutavam pela bandeira do "é proibido proibir"; contra o sistema e o mainstream. No Brasil, a luta armada foi um bom exemplo de jovens lutando e perdendo a vida por uma causa, que era a derrubada da ditadura militar. Foi a década das utopias possíveis e nesse sentido vejo um imenso desencanto e até mesmo tédio( excelente a passagem em que os alunos da turma de "anarquismo" reclamam sobre o tédio que sentiam na aula. Não é uma coisa prá pensar? Numa aula sobre anarquismo? Muito interessante!!!).

Outro aspecto que gostaria de ressaltar está mais situado no campo da psicologia do que da História. O movimento permitiu (no caso real que ocorreu nos EUA em 1967, pelo menos) que emergissem figuras que em um grupo ou sala de aula não têm maior expressão (aliás, o mesmo ocorreu com Hitler que era uma figura absolutamente medíocre em tudo antes de se tornar o monstro que foi) pois não são nem inteligentes, nem bonitos, nem bons em esportes, não impressionam as garotas, não possuem traços de liderança. Enfim, são pessoas em busca de um lugar de "pertencimento" e de identidade.

A imprensa sempre chama a atenção que esse é exatamente o perfil daqueles "pequenos assassinos" que, nos EUA, saem disparando nas escolas contra colegas e professores, como ocorreu em Columbine e em outros lugares.

Esse aspecto ressalta mais uma vez a falta de uma causa para a existência dessas pessoas. Estão à procura de um lugar, de uma causa, de algum reconhecimento e de um sentido de pertencimento.

*Graça Salgado participaria da mesa de debate da pré-estréia na UniRio mas não pode comparecer devido à motivos de saúde.

A Onda – De boas intenções...

Resenha de José Messias, aluno do curso de Jornalismo da Uerj e colaborador do site Cinetotal.

Era uma vez um homem chamado Adolf e ele só queria fortalecer seu país, completamente desestruturado após a Primeira Grande Guerra. Como todos sabem, dentre os métodos utilizados por ele estava incitar o ódio racial e o confronto direto com outras nações, consideradas inferiores, o que culminou na Segunda Guerra Mundial. Na história da humanidade existem centenas de acontecimentos trágicos como esse, muitas vezes insuflados por líderes bem-intencionados. Em “A Onda” (Die Welle), um exercício escolar à primeira vista inocente transforma alunos de uma escola alemã em fascistas em potencial.

O filme é baseado numa história real que na verdade aconteceu nos Estados Unidos. Em 1967, o professor Ron Jones propôs uma experiência a sua turma, eles tentariam simular como era viver sob a disciplina extrema de um regime autocrático (ditadura cujo poder está centrado num indivíduo ou pequeno grupo). O grupo foi chamado de “A Terceira Onda” – uma referência ao Terceiro Reich alemão – e rapidamente se espalhou por toda escola levando a atos de violência e vandalismo.

Quatorze anos depois, em 1981, o norte-americano Todd Strasser escreveu o livro “A Onda”, sob o pseudônimo Morton Rhue – curiosamente derivado das palavras morte e rua em francês (mort e rue). Antes mesmo de virar longa na Alemanha, o livro gerou um especial de tevê norte-americano que inclusive chegou a ganhar um prêmio Emmy. A obra é um Best-seller mundial e leitura obrigatória nas escolas germânicas, daí a necessidade de atualizá-la nesta nova produção.

O projeto ficou a cargo do promissor Dennis Gansel. Como diretor ele já recebeu prêmios em diversos festivais europeus e seu trabalho em “A Onda” lhe rendeu uma indicação no Sundace. Gansel também participou da confecção do roteiro, dessa vez dividindo o crédito com seu amigo pessoal e ex-colega de faculdade Peter Thorwarth. Graças à dupla, o longa conseguiu produzir uma retrato bastante fidedigno da sociedade alemã, sobretudo a juventude, ainda estigmatizada pelo nazismo. Assim como fez em seu último longa, “NaPolA – Antes da Queda”, Gansel não se acanhou na hora de tocar em temas sensíveis como anarquia, nazismo, consumo de drogas e delinqüência juvenil.

Outra peça chave para o funcionamento da mecânica de “A Onda” é o elenco. Encabeçado pelo ator ganhador de um urso de prata do Festival de Berlim, Jürgen Vogel (o professor Rainer Wenger), o elenco ainda conta com jovem Frederick Lau que rouba a cena como perturbado Tim. Essa atuação lhe rendeu o prêmio de melhor ator coadjuvante no equivalente ao Oscar alemão.

“A Onda” nos mostra o quanto a mente humana está sujeita a ideologias potencialmente perigosas. Começa sempre com uma boa iniciativa, depois vem o famoso discurso do “para um bem maior” e quando menos se espera as liberdades individuais estão em risco. No filme, um dos momentos que melhor ilustra este quadro é a cena da nomeação do grupo. Dentre os vários nomes escolhidos pelos alunos está “Clube dos Visionários”, revelando o quão tênue pode ser a linha que separa uma possível utopia de uma ditadura.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

AMANHÃ TEM PRÉ-ESTREIA NA UNIRIO!

Amanhã, quinta feira, 20 de agosto, tem pré-estréia do filme A Onda às 16h na UNIRIO seguida por debate.

Endereço: UNIRIO Av. Pasteur, n.º 296 – Urca
A exibição será no Prédio da Reitoria, Salão Vera.

Como confeccionar placas de protesto

Introdução - As placas de protesto são um dos meios de se chamar a atenção para a mensagem que se deseja passar, em diferentes lugares como passeatas, procissões, campanhas.... Com pouca ou muita gente elas chamam a atenção por si só. Se pararmos pra analisar,nós , seres humanos, somos curiosos e não conseguimos deixar de ler qualquer mensagem que passe diante de nossos olhos. Seja em camiseta, em faixas, banner; e nesse caso placas! Quem segura uma placa não está só segurando e sim se posicionando para o passante e seu meio.

Na intenção de mostrar o quanto não custa muito e para incentivar você a levantar uma placa, uma bandeira, vamos ensinar o passo a passo!

1 - Pensando sempre no jeito mais barato de se fazer as coisas, vamos começar recolhendo alguns papelões para dar a base dura de uma placa. Há diferentes alternativas para se forrar uma placa (claro que depende do irá transpassá-la).

Nesse caso, compramos papel cartão (que é o mesmo preço de uma cartolina normal, mas é um pouco mais durinho) e colamos com cola normal em cima do papelão.
Pronto! A placa já tem uma estrutura dura com o fundo neutro (branco).

2 - O suporte da placa pode ser feito com um cabo de vassoura, uma estaca de madeira...até de plástico serve. Nós compramos cavalos de pau, aquele brinquedo de criança, tiramos a cabeça do cavalo e usamos o cabo que é fino,leve e suporta muito bem o papelão. Depois é só colar com fitas grossas de durex.

3- Para escrever a mensagem, dependendo do que se queira escrever, você pode usar pode uma colagem, um stecil grafitado na placa, uma foto, tinta (guache que é mais barata e não tem muita qualidade) ou canetinha.

Utilizamos tudo possível. Escrevemos com canetinha de retrovisor; usamos o stencil e forramos a placa através com o material que achamos interessante.

Agora sim! Diga de várias formas o que está pensando!

Intervenção da Onda na Unirio

Depoimento de Cássia Lyrio, Aluna de Belas Artes da UFRJ


Ontem, terça-feira, o movimento da Onda seguiu ao encontro dos estudantes de artes da UNIRIO, Reitoria e arredores da Praia Vermelha, local de concentração dos calouros e estudantes deste inicio de período.

Nos munimos de placas, camisetas e ainda descobrimos bons lugares para os stencils da Onda. A campanha criou um movimento bem bacana ao nosso redor: atiçou a curiosidade das pessoas interessadas em saber por que estavam todos vestidos de branco e carregando placas. Quem já havia assistido ao filme queria saber o que mais vinha pela frente e quem já tinha ouvido falar se interessou pelos materiais...

Rolou também uma série de entrevistas com os estudantes sobre a nossa enquete. “É possível haver um regime fascista nos dias de hoje?”

Confira em breve o resultado dessas ações aqui no blog. E relembrando que amanhã, quinta-feira, dia 20/08, haverá a pré-estréia do filme da Onda na UNIRIO.
Endereço: prédio da Reitoria, Salão Vera às 16h! Não percam mais uma onda chegando até vocês.

PRÉ-ESTREIA A ONDA no IBMEC

Hoje, as 14h, acontece a Pré-estréia Universitária do filme "A Onda" na Faculdade IBMEC. Os professores do curso de Relações Internacionais Edgar Lyra e Angela Fatorelli serão os mediadores do debate.
A exibição será na sala 406 do IBMEC, Av. Presidente Wilson, 118 - Centro - RJ.

Haverá entrega de certificados de participação para horas complementares.

E amanhã, a Pré-Estréia e o debate serão na UniRio, às 16h no auditório Vera Janacopolus!!!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Quem é você em A Onda?

Você é o Rainer, Marco, Bomber, Tim ou a Karo?

Visite a comunidade da Onda no Facebook e descubra qual personagem você seria!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Mais uma Intervenção da Onda

Amanhã, terça-feira 18,a Onda passará pela UniRio e UFRJ Campus Praia Vermelha a partir das 17h.

Vista sua camisa branca e participe!

Intervenção do dia 14!




Com objetivo de divulgar o filme A Onda e ao mesmo tempo provocar reflexões acerca de movimentos, regimes e organizações, a Praga realizou na última sexta-feira (14), um flash mob que interviu pela cidade. Vestindo uniforme branco e munidos de placas de protesto, os adeptos do nosso movimento pelo filme trocaram informações e recolheram depoimentos acerca da possibilidade da instauração de um regime fascista no Brasil nos dias de hoje.


Confira os depoimentos que coletamos durante o Flashmob!





quinta-feira, 13 de agosto de 2009

FLASHMOB AMANHÃ - SEXTA

Amanhã, sexta-feira, A Onda vai passar por Botafogo até a Lapa. Todos com blusas brancas e calças jeans!

Placas de protesto e reflexões sobre movimentos sociais, individualismo, regimes ditatoriais, esvaziamento político e muito mais!!! Quem segue?

Concentração: Cobal às 20h! (Previsão de chegada à Lapa 23:30h)

PRÉ-ESTÉIAS DO FILME

Estão todos convidados para as 3 seções de Pré-Estréias do filme "A Onda" seguidas por debates. Confiram as datas:

Rio :

*IBMEC-Centro dia 19 de agosto, quarta-feira, às 14h


*UniRio dia 20 de agosto, quinta-feira, às 16h.

SP:

*USP DIA 19 de agosto, quarta-feira, às 14h.



"A Onda" vence o 13° Festival de Cinema Judaico de SP

Eleitos pelo voto popular, o longa-metragem ‘A Onda’, do alemão Dennis Gansel, e o documentário ‘Novos Lares – Judeus de Nilópolis’, do brasileiro Radamés Vieira, foram os vencedores da 13ª edição do Festival de Cinema Judaico de São Paulo, que exibiu na cidade 38 produções entre os dias 3 e 9 de agosto.

Com boa repercussão no Festival de Sundance do ano passado, o filme ‘A Onda’, do premiado diretor Dennis Gansel, e produção de Christian Becker, rendeu ao ator Frederick Lau ouro na categoria ator coadjuvante, e bronze na categoria melhor filme pelo Prêmio do Cinema Alemão. Com estreia nacional marcada para o dia 21 de agosto, o filme é baseado no livro homônimo ‘The Wave’, escrito por Todd Strasser, sob o pseudônimo de Morton Rhue, cuja leitura é exigida em várias escolas alemãs. Inspirado em uma história real ocorrida na Califórnia, em 1967, o filme mostra a experiência original conduzida pelo professor de história Ron Jones a seus alunos da Cubberley High School, em Palo Alto, Califórnia, que mostra na prática como seria a vida sob um regime ditatorial. Mas a experiência foge terrivelmente ao controle quando ela toma vida própria. Ron Jones, cujo conto serviu de base para o roteiro, juntou-se à equipe para fazer desse projeto audacioso uma realidade.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Siga A Onda - Stencil

Passo a passo para confecção do stencil

1 -Se você usar uma chapa de raio X, primeiro prepare-a tirando as marcas do Raio-X com uma esponja de aço e alvejante (use luvas!!!). Você também pode usar uma folha de acetato.

2 - Escolha a imagem que deseja fazer e, dependendo do tamanho correspondente, você pode copiar diretamente na chapa usando um lápis mais grosso (tipo 6b) ou canetinha.

3 - Depois de ter a imagem copiada, utilize um estilete para o corte. Dica: use um suporte, como um azulejo, que ajuda o estilete a deslizar melhor e não arranha a mesa! Mão firme! Se lembre que é a área que será preenchida pela tinta e que vai ser retirada. Se a área de preenchimento for muito grande é necessário fazer umas pontes fininhas de um extremo ao outro, para que depois o stencil não amasse ou dobre.





Depois desse processo delicioso de confecção vamos partir para a prática!

O interessante do stencil é pensar nos lugares estratégicos e na mensagem que se quer passar para atingir exatamente as pessoas desejadas. Pois o stencil enquanto cultura não vem só da necessidade de pixar ou criar uma sujeira urbana, e sim da vontade que essa arte transforme e influencie de alguma forma, pequena ou grande, a vida do passante.
Assim, existem diversas mensagens, figuras, conceitos, questionamentos.... Tudo faz parte do todo. E nós participamos desse todo. O stencil é ação, dinâmica, por isso levamos em conta tanto sua efemeridade, quanto até a possibilidade de ter que reagir e apaga-lo brevemente. Toda reação faz parte dessa dinâmica e da intenção de quem fez o stencil .


Por Cassia Lyrio, estudante de Belas Artes da UFRJ.


terça-feira, 11 de agosto de 2009








Entrevista com Jürgen Vogel : "Rainer Wenger"

Durante a experiência, Ron Jones observou uma necessidade profunda de conformidade em seus estudantes. Isso ainda se aplica em nossa sociedade moderna e egoísta?

Jürgen Vogel - Eu acredito que pertencer a algum tipo de grupo ainda é muito importante hoje em dia. Especialmente em um tempo em que as famílias estão desmoronando, as famílias grandes e tradicionais, com avós, mães, pais filhos, netos, tios e tias, deixaram de existir, nós temos uma necessidade profunda de pertencer a alguma coisa. Não com o intuito de sacrificar nossa individualidade, mas para tentar encontrar alguém com quem possamos nos identificar. Alguém que nos faça deixar nossos egos de lado. Você pode se envolver de verdade com o Greenpeace, por exemplo. Eles têm isso: indivíduos singulares, com suas próprias personalidades, mas ainda sim com o sentimento de fazer parte de algo maior que eles mesmos. Acho que isso é uma necessidade humana clássica. Isso pode ser mal usado, é claro. Mas essencialmente não é uma coisa ruim.

Como o experimento se deu, sob o ponto de vista de Rainer?

J.V. - Ele tomou vida sozinho. Inicialmente era apenas uma proposta de formação de um espírito de equipe, isso é uma coisa familiar a todos que praticam esportes. A questão é: uma vez que se consegue que as pessoas aceitem disciplina e a hierarquia, o que se faz com isso? Como usar esse sistema? Você pode ir em diferentes direções. Pode tender para a esquerda ou para a direita, mas no fim das contas sempre será manipulação e abuso de poder o que torna a coisa perigosa, não importa a ideologia por trás. Pra começar, Rainer não tem realmente uma ideologia, exceto a de valorizar o espírito de equipe. Mas o que acontece em seguida está além do controle dele.

Você se pergunta o que faria em uma experiência como em "A Onda"?

J.V. - Eu estou convencido de que essa experiência poderia acontecer com qualquer um, em qualquer lugar. Portanto eu não me perguntei como me comportaria. Eu tenho observado o bastante, e sei que poderia dar certo em vários níveis: em manipulação de massa, na maneira como grupos reagem a outros, no que precisa ser feito para se livrar de desordeiros, ou talvez reintegrá-los ou isolá-los.

O professor original, Ron Jones, encontrou similaridades entre você e ele. Você concorda?

J.V. - Ron Jones é um grande sujeito, um cara que realizou coisas incríveis durante sua vida. Eu acho que é uma coisa extraordinária ele ainda tocar punk rock, por exemplo. Sinto-me lisonjeado se ele pensa que eu sou parecido com ele!

Entrevista com Ron Jones: o professor e inventor da experiência

Como é para você estar no set de "A Onda"?

Ron Jones - É uma sensação impressionante estar nesse ambiente hoje, e observar esse grupo de estudantes é como se estivesse vendo fantasmas. Eu estou vendo os estudantes verdadeiros, então estou de volta a 1967: ali está o Doug circulando e lá está o Steve, o comediante da turma. Temos duas meninas que sentam na frente, Aline Lavin e Wendy, inteligentes e maravilhosas, e temos também o Norman, sentando na fileira de trás com seu sorriso com dente de ouro, além do Jerry. Eu estou tendo uma estranha lembrança dessa turma similar.

Como foi sua reação às primeiras filmagens?

R.J. - Bem, a primeira coisa que observei ao ver aquela correria foi que era como estar na sala de aula ao invés de observar a distancia - era como se eu fizesse parte daquilo. E também o fato de ver todas aquelas pessoas que me pareciam familiares e compreende-las bem. Mas o filme retratava algo a mais que eu não compreendia, que eu nunca havia escrito nada a respeito, como a dinâmica entre os jovens professores e os professores mais velhos. Existem maneiras de ser um professor e maneiras ainda mais novas, e isso existia na escola em que eu lecionava e provavelmente isso existe em cada escola – isso se chama A Onda em nosso filme.

Uma outra característica do filme que eu nunca escrevi a respeito é a dinâmica entre um homem e uma mulher que são casados há muito tempo. Minha esposa e eu estamos justos há 43 anos, e todos os sinais sutis com que nos comunicamos - todos aqueles pequenos mecanismos do tipo “pare com isso”, ou “você está indo longe demais” – são mostrados em A Onda. Minha esposa basicamente disse “você está indo longe demais, é perigoso para você e para as pessoas ao seu redor”, e isso foi registrado nessa versão de A Onda. Portanto, o filme é de uma beleza única, ele fala ao coração, não é uma história cerebral, é a glória dessas crianças maravilhosas, que são como flores em nossos caminhos, e o que acontece quando elas aparecem em nossas vidas. É também o que acontece quando um professor vai um pouco além da conta e se torna um ditador.

Olhando para trás, o que você acha que aconteceu? Você achou a experiência válida?


R.J. - Bem, eu nunca faria de novo. Colocar crianças em perigo é algo que não se deve fazer. Válida? Eu me deparei com um pouco da natureza de nossa psique, e isso é muito útil. Portanto considero o efeito válido, e acho que um filme deve ser feito, se isso fizer com que as pessoas estudem e falem a respeito também. A cultura germânica é única, sabe? São os únicos que eu conheço que estão realmente preocupados com a violência, a estudam, porque não querem repeti-la. Considerando que na minha cultura já aconteceram coisas graves, como Hiroshima e Nagasaki, nós não estamos estudando isso. Os alemães são os únicos, não conheço ninguém mais preocupado. Estão olhando para A Onda e tentando entender por que desistimos de nossa liberdade em troca de um sentimento de superioridade. Isso é uma lição que todos nós temos que aprender e falar a respeito.

Quais foram seus sentimentos e emoções durante a experiência?

R.J. - A experiência aconteceu unilateralmente. Eu descobri como ensinar realmente bem, porque as pessoas estavam aprendendo rapidamente. Eu costumava chegar em casa dizendo a minha esposa, Diana, que eles estavam realmente aprendendo. O que é curioso, já que a turma era bem dispersa quando tinha mais liberdade, e agora que a rigidez era maior, eles respondiam a todas as perguntas e pareciam ajudar muito mais uns aos outros. Então eu me deparei com esse ótimo modo de ensino. Mas é claro que as consequências foram danosas para todos. Então minhas emoções eram como uma montanha russa.

Como sua esposa reagiu à experiência?

R.J. - Minha esposa lecionava em outra escola durante esse tempo, no nível primário. E éramos jovens professores, os dois cheios de idéias e energia. Ela estava a par do que estava acontecendo e foi a pessoa que felizmente – talvez sejam as mulheres que irão salvar nosso destino na vida – me disse que aquilo não era certo. Disse que não era bom para mim, por que eu não saberia onde isso iria dar e porque eu estava ferindo outras pessoas, além de não ser algo que eu acreditava, não era democracia. Era perigoso. Então ela foi quem me colocou de volta em algum tipo de realidade e me forçou a parar com A Onda. Por isso eu acho que todo mundo deve ter uma boa esposa ou mulher por perto que possa dizer: “Ei, pare com isso.”

Quando foi que você percebeu que tinha ido longe demais?

R.J. - O momento exato em que soube que tinha ido longe demais foi quando Robert me seguiu até a sala da coordenação. Eu não previ aquilo, e lá estava ele na coordenação, até que outro professor, Bonnie, o coordenador do departamento de inglês, muito parecido com o personagem do filme, deixou seus óculos cair até o nariz, olhou para Robert e disse: “Robert, você não deve estar aqui, essa é a sala da coordenação, apenas para os professores.” E Robert olhou para Bonnie e disse “Eu não sou um estudante, sou um guarda-costas”. E foi aí que eu soube que ele tinha atravessado alguma linha invisível, e aquilo que era apenas uma simulação se tornou algo real. E percebi que eu também estava atravessando essa mesma linha. Eu não estava mais apenas ensinando alguma coisa sobre essa coisa chamada fascismo, eu estava gostando de ser um líder, o que era assustador.

A Terceira Onda funcionou devido ao fato de você ser um professor popular?

R.J. - Não, não. A experiência funcionou porque muitos de nós estávamos perdidos, sem família, sem pertencer a uma comunidade, sem a sensação de pertencimento, e aí aconteceu de termos um professor dizendo “posso dar isso a vocês”.

Então a experiência poderia funcionar hoje em dia?

R.J. - Ah, já está funcionando hoje em dia, em cada escola. As pessoas sempre perguntam se poderia acontecer hoje. Ora, é só olhar na escola mais próxima. Onde está a democracia? Sempre falamos de democracia, mas não estamos experimentando-a. Você não está decidindo que livro ler ou que temas discutir ou como ajudar um ao outro a se tornar um cidadão melhor. Você segue o seu currículo porque alguém diz que é o currículo certo, ou está fazendo uma prova para ir para algum lugar melhor – é tudo controle. Mas você não tem o controle, esse controle é de outra pessoa.

Quais foram as consequências para você?

R.J. - Não por causa da Onda, mas por minha luta por direitos civis e contra a guerra no Vietnã, eu fui despedido dessa escola três anos após a experiência de A Onda, e eu nunca mais pude lecionar em escolas públicas. Portanto minha vida sofreu uma mudança que eu não previra. Eu queria ser um bom professor de história, um treinador de basquete e criar minha família. Isso seria maravilhoso, mas não me foi permitido. Como conseqüência, fui forçado a procurar diferentes lugares para lecionar, por isso eu dei aula para deficientes mentais durante 30 anos.

O que você pensa dos cineastas Dennis Gansel, Peter Thorwarth and Christian Becker?


R.J. - São realmente fascinantes! Dennis e eu nos comunicamos por carta e foi encantador. Ele foi honrado e me respeitou mandando o seu roteiro, não teve medo. Além dessa troca de cartas sobre o que ocorre nas salas de aula, o que nós observamos como confiar um no outro, foi como encontrar um irmão mas velho, no caso do Dennis, porque ele volta e meia tem escrito. E com o Peter é a mesma coisa. Quero dizer, nós, escritores, sabemos como reagimos a esse mundo pirado que tentamos compreender. Às vezes nós conseguimos pouco, às vezes conseguimos mais, mas estamos sempre tentando descobrir o que é: o que é o coração, o que é a vida, como fazer melhor. Nós estamos na mesma busca. Portanto é como ser irmãos por um momento. Já o Christian é um produtor, um outro tipo de pessoa. Produtores são parte dessa força que nos reúne por um momento, eles são muito acessíveis. Ele é fascinante, justamente por ter essa energia e a capacidade de ficar dois anos conversando com a Sony. Quem mais gastaria dois anos em busca de um sonho? Ele é um caçador de sonhos, e nós precisamos disso, como precisamos de pessoas como Peter e Dennis para tornar esse sonho realidade.

Entrevista com Dennis Gansel : roteirista e diretor

Após fazer "Napola - Antes da Queda", você retorna ao tema da Alemanha Nazista em "A Onda". Trata-se uma coincidência ou é mesmo um assunto de sua predileção?

Denis Gansel - Eu sempre me interessei muito pelo assunto. Questões como “o que aconteceria se o fascismo acontecesse novamente”, “como ele funciona” ou “como as pessoas podem sofrer desvios” sempre me fascinaram. Acho que isso tem a ver com a minha própria história familiar. Meu avô foi um oficial do Terceiro Reich, fato que meu pai e todos os meus tios sempre tiveram problemas em lidar. Quando eu era jovem, sempre me questionei que atitude teria nessa situação. Em Napola, lidei com questões do tipo “Como era naquela época? Como o fascismo pode acontecer?” Em A Onda, a questão é “Isso poderia acontecer hoje? Como o fascismo funciona? Poderia uma coisa dessas acontecer novamente, em uma escola alemã normal, aqui e agora?”

O que exatamente lhe instigou na experiência de A Terceira Onda a ponto de querer fazer um filme a respeito?

D.G. - Eu me recordo nitidamente da primeira vez em que li o romance A Onda. A primeira pergunta que fazemos quando o lemos é, claro, “o que eu faria? Será que daria continuidade a isso?” Claro que nós pensamos que isso aconteceu há muito tempo, nos anos 60, nos Estados Unidos, e talvez isso fosse uma questão naquele tempo. Mas hoje em dia, na Alemanha, de jeito nenhum. Porém eu acho que a questão é mais ampla que isso. E isso foi o nosso ponto de partida para dizer “vamos fazer com que isso se passe na Alemanha de hoje e pensar na pergunta “Será que poderia acontecer novamente?”

Como você pesquisou a história?

D.G. - Bem, nós tínhamos as notas originais de Ron Jones, é claro. Então sabíamos muito bem como a experiência se deu. Mas uma vez que queríamos recolocar a história na Alemanha atual, precisávamos reimaginá-la como uma história alemã, em um cenário tipicamente alemão. Como todos nós crescemos em um ambiente parecido, pensamos: vamos fazer com que se passe no tipo de escola que frequentávamos. Há personagens no filme que eram meus colegas de escola, ou de Peter Thorwarth. Tem também professores que gostaríamos de ter tido, e outros que realmente tivemos. Conservar esse ponto de vista da vida real foi de grande ajuda. Em seguida, desenvolvemos a história baseada nesses personagens. A maneira como os imaginávamos, o que eles fariam em certas situações, até que tudo se desdobrasse naturalmente dali.

Você diria que o sucesso da experiência dependia da popularidade e da aceitação do professor?

D.G. - É claro que ter um professor com uma personalidade muito carismática ajuda. Alguém que seja um líder nato, com qualidades de liderança evidentes, que possa persuadir as pessoas, alguém que os alunos admirem. Eu acredito que o sistema fascista que ele desenvolve é tão abominável psicologicamente que poderia mesmo acontecer a qualquer momento e em qualquer lugar. Dar voz a pessoas que nunca tiveram voz nenhuma além de seus pequenos deveres, e subitamente formar uma comunidade que concede ao corpo discente uma nova e inesperada qualificação. Deixar que as grandes diferenças que costumavam dividir os estudantes sejam eliminadas, dando a todos a chance de separar alguém ou a si próprio. Acho que é algo que poderia funcionar em qualquer lugar, especialmente em uma estrutura como a do sistema escolar. E qualquer um que frequenta o ensino médio sabe como é: os garotos populares e os líderes sociais estão sempre no topo. E vários estudantes mais tímidos, ou aqueles que você não nota na primeira vez em que passa os olhos, têm muito menos oportunidades. Eu estou convencido de que se alguém toma um sistema como esse e o vira de ponta à cabeça da noite para o dia, isso pode acontecer novamente.

Nossa sociedade moderna é marcada pelo individualismo. Seria a necessidade que temos de nos destacarmos da massa o que torna uma experiência como A Onda possível?

D.G. - Quando eu era jovem sempre sonhava em ter algo com que eu pudesse me identificar. Eu invejava meus pais pelo seu engajamento com os movimentos estudantis dos anos 60, que tinham algum objetivo comum, onde realmente se tentava mudar o mundo e fazer alguma diferença. Eu cresci nos anos 80 e 90, onde havia centenas de grupos e movimentos políticos, mas nenhum foco. Não havia nada com que pudéssemos realmente nos empolgar, alguma coisa realmente se perdeu. Acho que os garotos de hoje se sentem da mesma forma. Quero dizer, não podemos nos definir apenas pelas nossas músicas e pelas roupas que vestimos. Acredito que as pessoas tenham uma grande necessidade de ter substancia, uma necessidade que cresce cada vez mais. A tendência que existe ao redor desse individualismo, com essa separação da nossa sociedade em pequenos grupos, não pode continuar para sempre. Em algum ponto vai existir um enorme vácuo. E é aí que está o perigo de algum “ismo” aparecer para preencher esse vazio.

Ron Jones se impressionou com A Onda. O que isso significa para você?

D.G. - Claro que isso foi de grande importância para todos nós. A nosso ver, ele foi o ponto de partida, o inventor da experiência original. A maior parte da história é baseada nas experiências dele. Em alguns momentos, era quase assustador. Nós decidimos ter Rainer (Jürgen Vogel) e sua esposa (Christiane Paul) vivendo em um barco, fazer dela uma professora também, e fazer com que os dois entrassem em conflito. Quando eu mostrei a Ron Jones as primeiras filmagens, na sala de edição, ele disse: “Isso é fantástico. Eu morava numa casa na árvore e eu tive uma conversa com a minha esposa justamente como essa no filme!” Nós não tínhamos como saber disso, nós apenas escrevemos aquelas cenas intuitivamente. Ao escrevermos o roteiro, nós criamos aquelas cenas que correspondiam justamente com o que acontecia com Ron Jones no final dos anos 60. Aquilo era incrível para nós, é claro, porque apesar de termos feito um filme ficcional, sempre foi nosso objetivo ser tão realista e verossímil quanto possível na construção dos personagens, no que acontece psicologicamente. Então, ter Ron Jones dizendo que acredita 100% na história é o melhor elogio que podemos receber.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Notas da Produção: como nasceu "A Onda"

“O assunto não saía da minha cabeça. Eu estava impressionado: será que esse tipo de coisa ainda acontece conosco? Na Alemanha atual, tão liberal e esclarecida, onde passamos tanto tempo falando sobre o nazismo e o Terceiro Reich? ”
Dennis Gansel

A idéia de atualizar A Onda num longa-metragem ambientado na Alemanha surgiu durante um jantar entre amigos. O diretor Dennis Gansel comentou ter achado os eventos ocorridos na Cubberley High School de Palo Alto em 1967 tão fascinantes que gostaria de adaptá-los para o cinema. “Nunca mais falamos disso”, recorda-se o produtor Christian Becker, “mas também nunca esquecemos. Então comecei a tentar obter os direitos. De início eu não contei nem mesmo a Dennis, porque não queria desapontá-lo caso não conseguisse.”

A procura o levou a vasculhar o mundo inteiro, dos editores alemães e americanos até Morton Rhue, autor do clássico romance juvenil The Wave, passando por produtoras de Hollywood e vários agentes. Finalmente Becker e sua produtora, a Rat Pack, negociaram com a Sony e conseguiram obter os direitos, com a ajuda do produtor alemão Martin Moszkowics, da Constantin Film. Ron Jones, o criador da experiência original, impressionou-se com a determinação do produtor alemão: “Christian é fantástico. Quem mais gastaria dois anos de seu tempo e energia perseguindo um sonho? ”

Para Dennis Gansel e seu antigo colega de faculdade de cinema Peter Thowarth, que colaborou no enredo, escrever o roteiro foi como uma viagem de volta à sua época de escola em Hanover e Unna, Alemanha. “Nós tentamos descrever personagens da vida real. Karo, Jens ou Dennis, todos são personagens muito próximos a Peter Thorwarth ou a mim, ou a pessoas com quem frequentávamos a escola.” Eles tiveram a confirmação de que estavam no caminho certo através da pessoa que estava lá: quando Ron Jones visitou o set de filmagem na Alemanha no verão de 2007, sentiu-se de volta ao ano de 1967. “Estar naquele set e observar os atores é como observar os fantasmas de meu próprio passado”, disse Jones.

Os roteiristas decidiram não começar a experiência a partir de um debate aberto sobre as origens do nazismo, como aconteceu em Palo Alto em 1967. “A autocracia é basicamente apenas uma subcategoria do despotismo”, afirma Dennis Gansel. “É claro que isso consequentemente levaria a uma discussão sobre o fascismo, mas um professor que começa logo dizendo ‘hoje iremos discutir o fascismo’ já está revelando muito. Começar chamando de autocracia já soaria muito mais inofensivo de início, mesmo sendo basicamente os mesmos mecanismos sociais.” Obviamente, os roteiristas sabiam que o nacional socialismo é um tópico importante e amplo nas escolas alemãs, e então usaram isso na história: “Quando eu ia para a escola, os nazistas e o Terceiro Reich eram citados constantemente. Em história, ciência política, religião, literatura e até mesmo em biologia. Em certa altura você se enche disso, já escutou o bastante. Isso pode te levar a um certo aborrecimento ou até mesmo a arrogância – ‘Nós já entendemos, não vai acontecer de novo’ – e é aí que eu enxergo o perigo”, diz Peter Thorwarth.

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Os bastidores de A Onda

O romance juvenil The Wave, de Morton Rhue, já é um clássico há 20 anos. A obra ficcional foi baseada em um fato real: a experiência original foi conduzida pelo professor de história Ron Jones na Cubberley High School, em Palo Alto, Califórnia, no ano de 1967. Jones trabalhou como consultor na produção do filme.

O produtor alemão Christian Becker (Hui Buh – The Goofy Ghost) e o Diretor Dennis Gansel (vencedor do German Film Prize e do Hamptons Int'l Audience Award por Napola – Antes da queda) conseguiram atualizar essa história verídica de uma maneira contemporânea e verossímil. O inventor da experiência, Ron Jones, cujo conto serviu de base para o roteiro, juntou-se à equipe para fazer desse projeto audacioso uma realidade.

Dennis Gansel desenvolveu essa fascinante história em parceria com seu amigo e colega diretor Peter Thowarth (Bang Boom Bang, If It Don't Fit, Use a Bigger Hammer). Eles tinham como objetivo ambientar a ação na Alemanha dos dias de hoje, em uma escola padrão de uma cidade comum.

As filmagens de A Onda foram realizadas entre julho e agosto de 2007, em Berlin e arredores. O filme contou com o apoio do Berlin-Brandenburg Media Board e do Federal Film Board - FFA e DFFF.

A experiência:

No outono de 1967, Ron Jones, um professor de história da Cubberley High School em Palo Alto, Califórnia, conduziu uma experiência com seus alunos. Durante uma aula sobre nazismo, um deles fez uma pergunta que o professor não conseguiu responder: “Como a população alemã pode alegar ignorância em relação ao massacre do povo judeu? Como os cidadãos, construtores de ferrovias, professores, médicos puderam alegar que não sabiam nada a respeito de campos de concentração e carnificina humana?”

No calor da discussão, Jones decidiu conduzir uma experiência na sala de aula. Instituiu um regimento de extrema disciplina em sua turma, restringindo a liberdade e formando uma unidade entre os alunos. A experiência foi chamada de A Terceira Onda. Para o espanto do professor, os alunos reagiram com entusiasmo à obediência exigida. A experiência, inicialmente planejada para durar apenas um dia, rapidamente se espalhou por toda a escola. Dissidentes foram excluídos, integrantes começaram a espionar uns aos outros, e alunos que se recusavam a entrar no projeto foram espancados. No quinto dia, Ron Jones foi forçado a acabar com a experiência.

O fenômeno da “Obediência Extrema”

Mesmo nos dias de hoje, o fenômeno da obediência extrema às autoridades, da forma como ocorreu no Terceiro Reich, não é totalmente compreendido cientificamente. Muitas experiências conhecidas na área de psicologia social, no entanto, têm examinado o comportamento de indivíduos em situações de grupo e chegado a resultados perturbadores.

Entre os mais famosos está a experiência do presídio de Stanford de 1971, que investigou o comportamento humano sob condições de encarceramento. A Experiência de Milgram, conduzida em 1962 pelo psicólogo Stanley Milgram, estudou a pré-disposição de pessoas normais em aceitar ordens de figuras de autoridade mesmo contra suas vontades e convicções.

Philip Zimbardo, condutor da experiência do presídio de Stanford, recentemente traçou paralelos entre suas descobertas e os maus tratos a prisioneiros de guerra iraquianos em Abu Ghraib.

Qual o seu movimento?

Que governo te representa?
Até onde você iria para fazer parte de um grupo?


Regras básicas para a formação do regime autocrático

Culto à personalidade do Líder: Deve ser respeitado acima de tudo.
Disciplina: Pensamentos contrários ao do líder não serão tolerados.
Unidade: Todos devem observar e retaliar comportamentos contrários ao movimento. Os dissidentes serão excluídos.
Uniformidade: Todos devem se vestir uniformizado, para identificação mútua e eliminação de diferenças sociais e econômicas.
Identidade: Criação de um nome, um símbolo e um cumprimento para representar o movimento.

Regras básicas pra formação de um regime anarquista

Culto a personalidade do líder: Não deve existir um líder, representantes, leis ou poder do Estado que interfiram na organização da sociedade.
Disciplina: Os indivíduos devem se organizar voluntariamente, de forma cooperativa e auto-disciplinada.
Unidade: Todo indivíduo é único e possui um conjunto de direitos naturais que não podem ser destituídos por nenhum tipo de sociedade que exista ou venha a ser criada.
Uniformidade: Todos devem ser livres, autônomos, e dispor da mesma capacidade de decisão sobre a sociedade e sobre si próprio, não cabendo ao regime determinar uniformes.
Identidade: Parte dos integrantes do movimento anarquista rejeita o uso de símbolos. Outros utilizam uma bandeira negra, ou ainda a bandeira negra e vermelha, que faz alusão ao regime comunista, entretanto, o símbolo mais anarquista mais conhecido consiste na letra A inscrita dentro de um círculo.

Regras básicas pra formação de um regime democrático

Culto à personalidade do líder: O líder é eleito pelo povo, cada cidadão tem direitos iguais de voto, que deve ser garantido sem discriminação de raça, grupo étnico, classe ou sexo.
Disciplina: Os cidadãos numa democracia não têm apenas direitos, têm o dever de participar no sistema político que protege os direitos e as liberdades individuais.
Unidade: O poder e a responsabilidade cívica são exercidos por todos os cidadãos, diretamente ou através dos seus representantes livremente eleitos.
Uniformidade: A liberdade de expressão deve ser protegida.
Identidade: Não existe um símbolo para o regime.

Seria possível um regime fascista nos dias de hoje?

Sinopse

Alemanha - Durante o projeto da semana, o professor de ensino médio Rainer Wenger (Jürgen Vogel) propõe uma experiência com o objetivo de explicar a seus alunos como um governo totalitário funciona. Inicia-se uma brincadeira de ficção que trará resultados trágicos. Dentro de poucos dias, o que começou com idéias inofensivas, como vida em comunidade e disciplina, dá origem a um movimento real: A Onda. No terceiro dia, alunos começam a afastar e ameaçar outros. Durante uma partida de pólo aquático entre escolas, quando o conflito finalmente irrompe em violência, o professor decide então terminar com a experiência. Mas pode ser tarde demais, pois A Onda está fora de controle.


O filme é baseado em uma experiência real ocorrida em uma escola da Califórnia em 1967.

Ficha Técnica

Duração:101 min
Ano:2008
País de origem:

Alemanhã

Site Oficial:http://www.thewavemovie.co.uk/
IMDB:http://www.imdb.com/title/tt1063669

Elenco

Jürgen Vogel
Christiane Paul
Frederick Lau
Max Riemelt
Jennifer Ulrich

EQUIPE

Produtor - Christian Becker
Produtor de Criação - Nina Maag
Supervisão - Anita Schneider
Co-Produtores - Martin Moszkowicz, David Groenewold, Franz Kraus e Antonio Exacoustos
Unit Production Manager - Uli Fauth
Gerentes de Produção - Patty Barth e Peter Schiller
Diretor - Dennis Gansel
Roteiro - Dennis Gansel