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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Notas da Produção: como nasceu "A Onda"

“O assunto não saía da minha cabeça. Eu estava impressionado: será que esse tipo de coisa ainda acontece conosco? Na Alemanha atual, tão liberal e esclarecida, onde passamos tanto tempo falando sobre o nazismo e o Terceiro Reich? ”
Dennis Gansel

A idéia de atualizar A Onda num longa-metragem ambientado na Alemanha surgiu durante um jantar entre amigos. O diretor Dennis Gansel comentou ter achado os eventos ocorridos na Cubberley High School de Palo Alto em 1967 tão fascinantes que gostaria de adaptá-los para o cinema. “Nunca mais falamos disso”, recorda-se o produtor Christian Becker, “mas também nunca esquecemos. Então comecei a tentar obter os direitos. De início eu não contei nem mesmo a Dennis, porque não queria desapontá-lo caso não conseguisse.”

A procura o levou a vasculhar o mundo inteiro, dos editores alemães e americanos até Morton Rhue, autor do clássico romance juvenil The Wave, passando por produtoras de Hollywood e vários agentes. Finalmente Becker e sua produtora, a Rat Pack, negociaram com a Sony e conseguiram obter os direitos, com a ajuda do produtor alemão Martin Moszkowics, da Constantin Film. Ron Jones, o criador da experiência original, impressionou-se com a determinação do produtor alemão: “Christian é fantástico. Quem mais gastaria dois anos de seu tempo e energia perseguindo um sonho? ”

Para Dennis Gansel e seu antigo colega de faculdade de cinema Peter Thowarth, que colaborou no enredo, escrever o roteiro foi como uma viagem de volta à sua época de escola em Hanover e Unna, Alemanha. “Nós tentamos descrever personagens da vida real. Karo, Jens ou Dennis, todos são personagens muito próximos a Peter Thorwarth ou a mim, ou a pessoas com quem frequentávamos a escola.” Eles tiveram a confirmação de que estavam no caminho certo através da pessoa que estava lá: quando Ron Jones visitou o set de filmagem na Alemanha no verão de 2007, sentiu-se de volta ao ano de 1967. “Estar naquele set e observar os atores é como observar os fantasmas de meu próprio passado”, disse Jones.

Os roteiristas decidiram não começar a experiência a partir de um debate aberto sobre as origens do nazismo, como aconteceu em Palo Alto em 1967. “A autocracia é basicamente apenas uma subcategoria do despotismo”, afirma Dennis Gansel. “É claro que isso consequentemente levaria a uma discussão sobre o fascismo, mas um professor que começa logo dizendo ‘hoje iremos discutir o fascismo’ já está revelando muito. Começar chamando de autocracia já soaria muito mais inofensivo de início, mesmo sendo basicamente os mesmos mecanismos sociais.” Obviamente, os roteiristas sabiam que o nacional socialismo é um tópico importante e amplo nas escolas alemãs, e então usaram isso na história: “Quando eu ia para a escola, os nazistas e o Terceiro Reich eram citados constantemente. Em história, ciência política, religião, literatura e até mesmo em biologia. Em certa altura você se enche disso, já escutou o bastante. Isso pode te levar a um certo aborrecimento ou até mesmo a arrogância – ‘Nós já entendemos, não vai acontecer de novo’ – e é aí que eu enxergo o perigo”, diz Peter Thorwarth.

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