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terça-feira, 11 de agosto de 2009

Entrevista com Jürgen Vogel : "Rainer Wenger"

Durante a experiência, Ron Jones observou uma necessidade profunda de conformidade em seus estudantes. Isso ainda se aplica em nossa sociedade moderna e egoísta?

Jürgen Vogel - Eu acredito que pertencer a algum tipo de grupo ainda é muito importante hoje em dia. Especialmente em um tempo em que as famílias estão desmoronando, as famílias grandes e tradicionais, com avós, mães, pais filhos, netos, tios e tias, deixaram de existir, nós temos uma necessidade profunda de pertencer a alguma coisa. Não com o intuito de sacrificar nossa individualidade, mas para tentar encontrar alguém com quem possamos nos identificar. Alguém que nos faça deixar nossos egos de lado. Você pode se envolver de verdade com o Greenpeace, por exemplo. Eles têm isso: indivíduos singulares, com suas próprias personalidades, mas ainda sim com o sentimento de fazer parte de algo maior que eles mesmos. Acho que isso é uma necessidade humana clássica. Isso pode ser mal usado, é claro. Mas essencialmente não é uma coisa ruim.

Como o experimento se deu, sob o ponto de vista de Rainer?

J.V. - Ele tomou vida sozinho. Inicialmente era apenas uma proposta de formação de um espírito de equipe, isso é uma coisa familiar a todos que praticam esportes. A questão é: uma vez que se consegue que as pessoas aceitem disciplina e a hierarquia, o que se faz com isso? Como usar esse sistema? Você pode ir em diferentes direções. Pode tender para a esquerda ou para a direita, mas no fim das contas sempre será manipulação e abuso de poder o que torna a coisa perigosa, não importa a ideologia por trás. Pra começar, Rainer não tem realmente uma ideologia, exceto a de valorizar o espírito de equipe. Mas o que acontece em seguida está além do controle dele.

Você se pergunta o que faria em uma experiência como em "A Onda"?

J.V. - Eu estou convencido de que essa experiência poderia acontecer com qualquer um, em qualquer lugar. Portanto eu não me perguntei como me comportaria. Eu tenho observado o bastante, e sei que poderia dar certo em vários níveis: em manipulação de massa, na maneira como grupos reagem a outros, no que precisa ser feito para se livrar de desordeiros, ou talvez reintegrá-los ou isolá-los.

O professor original, Ron Jones, encontrou similaridades entre você e ele. Você concorda?

J.V. - Ron Jones é um grande sujeito, um cara que realizou coisas incríveis durante sua vida. Eu acho que é uma coisa extraordinária ele ainda tocar punk rock, por exemplo. Sinto-me lisonjeado se ele pensa que eu sou parecido com ele!

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